A maioria dos fãs que ansiosamente antecipam The Elder Scrolls Online, estão familiarizados com muitos mundos de fantasias e seus habitantes. Reconhecemos os justos Elfos mágicos, os Humanos nobres e versáteis e os Orcs selvagens e combatentes, mas cada franquia tem algumas espécies que não estão inclusas no estereótipo de “construir a própria fantasia do seu mundo”, concordam?
Uma destas espécies são os Khajiits.
Esses humanoides que provêm dos desertos áridos e florestas exuberantes de Elsweyr, tem sido parte do universo de Elder Scrolls desde o primeiro jogo, Arena, que foi lançado em 1994. Não se sabe muito sobre eles, mas a sua atuação no passado dos jogos de Elder Scrolls, deixaram uma imagem clara de pessoas sem moral e sem consciência, ladrões, mentirosos e viciados em Skooma que não se importam com ninguém a não ser eles mesmos. Será que isso é verdade, ou puramente preconceito?
– NÃO HÁ HONRA ENTRE LADRÕES ?
Os Khajiits parecem adaptados ao estereótipo de malandro. Afinal, um de seus heróis mais reverenciados (Que mais tarde seria um Deus). Rajhin era um ladrão lendário na Terceira Era, que se diz ter roubado um colar do pescoço da Imperatriz Kintyra. Ao longo da história de Tamriel, há muitas ocasiões em que os Khajiits tiveram uma nação, ou várias. Se a maioria dos Khajiits fossem ladrões que cuidassem apenas de si, tal coisa não seria possível. Assim como todas as outras sociedades, os Khajiit vivem suas vidas como agricultores e comerciantes, guerreiros e curandeiros, monges e caçadores com seus hábitos e valores.
Ta’agra, que é a linguagem do Khajiit, nos dá a palavra Jihatt, que significa Mercenário. Em todos os lugares de Tamriel, tal palavra não iria segurar conotações negativas, mas em Elsweyr ela o faz. Um mercenário é alguém que luta por dinheiro, em vez de seu clã ou Mane. Nos olhos do Khajiit, isso é uma coisa ruim. O Khajiit não compreende o conceito de dinheiro e riqueza em tudo, mas caso ele siga com esse conceito, ele será excluído por seu povo.
O Khajiit adequado não se importa com dinheiro, e se ganhar algum, trocaria o mais rápido possível para algo realmente útil. Se um Khajiit deve decidir entre viver a vida de um ladrão, fazendo com que a acumulação de riqueza seja a sua maior prioridade, ele vai logo encontrar-se evitado por seu povo.
Os Khajiits das negociações de caravanas, encontrados em Skyrim, admitem abertamente que não são mais bem-vindos em Elsweyr, ou seja, eles são aqueles que dão prioridade ao dinheiro acima de tudo.
Então por que é que o estereótipo de Khajiit ladrão ainda está firme na mente das pessoas de Tamriel? Para podermos realmente responder a essa pergunta, temos que entrar na mente de um Khajiit e ver o mundo através de seus olhos.
“J’Zara vem construindo caixotes para um comerciante todo dia. Cansado e com fome, ele entra na pousada onde ele alugou um quarto. Antes de ir lá para cima, ele percebe um peixe cozido deitado sobre uma mesa. Feliz por ter encontrado uma refeição deliciosa, J’Zara come o peixe. O estaleiro pega-o com a boca cheia. Ele grita com o Khajiit, o chama de ladrão ingrato e expulsa-o.
J’Zara não tem ideia de por que o estaleiro o tratou assim. Ele nunca fez mal algum para o homem.”
Os Khajiits tem uma compreensão de posse muito diferente da nossa.
J’Zara viu o peixe lá deitado, sem ninguém segurando ou comendo ele no momento. De acordo a lógica Khajiit, o peixe não pertencia a ninguém e J’Zara não viu nada de errado em comer ele. É claro que as pessoas não vão se acostumar com isso e ele vai roubar e ser punido por seus crimes.
A mente Khajiit não é feita para a auto-reflexão, quando (ou se) ele finalmente perceber que o que ele fez é errado, ele vai chegar à conclusão de que, mesmo se ele parar de roubar, as pessoas não vão pensar melhor dele. Portanto J’Zara continua, para que ele não desperdice um bom material, por isso ele continuou comendo o peixe.
Um dos Khajiit favoritos de Skyrim, M’aiq O mentiroso, ilustra muito bem o conceito de propriedade Khajiit. M’aiq encontrou uma casa e decidiu viver nela. Mas ele não vai se importar se o jogador viva nela também. Há espaço suficiente para a ambos.
Quanto a mentir, eles não dão nenhuma desculpa, os Khajiits mentem e não vêem nada de errado nisso. Apenas suas ações mostram suas intenções verdadeiras – daí a expressão -“Quando eu me contradigo, eu estou dizendo a verdade” De acordo com o mito da criação Khajiit, o Fadomai da Morte deu a Azura (soletrado Azurah pelos Khajiits) a tarefa de criar os Khajiits. Eles deveriam ser não só os melhores escaladores e sobreviventes, mas também os melhores enganadores. Portanto, os Khajiits acreditam que a mentira é um objetivo fundamental de sua raça. Eles praticam o sigilo e engano de acordo com essa crença. As palavras de um Khajiit não podem ser levadas a sério o tempo todo, por isso muitos acreditam que os Khajiit nunca terão uma palavra de valor.
– NOSSO AÇÚCAR É SEU, AMIGO –
Muitos dizem uma coisa sobre os Khajiits, dizem que eles têm um dente doce. E nada é mais doce que o doce do Açúcar Lunar (Moonsugar). O Açúcar Lunar pode ser cultivado apenas no sul fértil de Elsweyr, ao longo das margens do Mar Topal. Os poucos grupos que detêm o poder de ter suas próprias plantações e riquezas, o têm por causa disso. Que fique claro que, enquanto a maioria das raças mortais facilmente sucumbem aos efeitos da dependência do Açúcar Lunar, os Khajiits são muito mais resistentes a ele. Para eles, é apenas como o álcool. Se um Khajiit conhece seus limites, a pitada ocasional do doce não vai prejudicá-lo. Mas temos de ser realistas, os Khajiits não são feitos para a auto-reflexão e muitos não sabem quando parar.
Uma questão muito diferente é a Skooma. O Açúcar Lunar é um ingrediente chave neste entorpecente que causa dependência no homem e nos Khajiits. A Skooma é uma bebida, ou uma droga e também é considerada perigosa. Assim, além dela ter sido proibida o seu principal ingrediente foi proibido no comércio livre também. É claro, o Açúcar Lunar ainda está espalhado por toda a Tamriel por contrabandistas, mas nem todos contrabandistas são Khajiit como de costume.
O açúcar não é apenas de valor recreativo para o Khajiit. É um dom celestial para o seu povo, a luz cristalizada das luas gêmeas são uma das poucas coisas de maior importância religiosa para o Khajiit. Fases da lua determinam quais sub-espécies de um Khajiit recém-nascido irão crescer. De pequenos com caudas e humanoides [gato-pessoas], até tigres do tamanho de elefantes.
Embora não possa parecer, os Khajiits são um povo religioso. Além do Açúcar Lunar, seus maiores guerreiros são monges, treinados nas artes antigas sem armas da Whispering Fang ou Chuva de estilos de areia e, apesar de seu comportamento hedonista, os Khajiits cobrem sua pele toda com roupas – eles acreditam que para mostrar aquilo seria vergonhoso dentre as outras raças. A peça peito tradicional, o Budi, tornou-se o epítome do vestuário Khajiit.
– O EU DO TIGRE –
Sua visão exótica em posse não é o único aspecto que diferencia a mente Khajiit. Há uma enorme diferença que não é fácil de compreender. O Khajiit não tem um conceito completo de si mesmo. Em certo sentido, eles vêem suas vidas – pelo menos em um nível não-físico – como as vemos, como personagens de um jogo de computador. Há necessidades a serem cumpridas, o trabalho a ser feito, mas há um certo afastamento entre o jogador e seu avatar virtual. É por isso que os Khajiits não se referem a si mesmos na primeira pessoa, mas sim como “Khajiit”, “um presente” ou seu próprio nome.
Os Khajiits também não têm a capacidade de auto-reflexão. Isso faz com que seja difícil para eles questionarem seus próprios pensamentos e ações e aprender com seus erros. Isso também deixa-os sem vergonha e sem escrúpulos, até certo ponto, assim como os jogadores que não têm medo de abaterem cidades inteiras. Claro, os Khajiits sabem que não podem apenas recarregar quando algo dá errado, por isso são bastante cautelosos. Os Khajiit nunca serão tão conscientes sobre suas próprias ações como o homem, eles são menos influenciados pela pressão dos colegas e são mais individualistas.
Fiel à sua herança de mentiras e enganos, a lógica Khajiit é bem estranha.
A própria palavra Khajiit, por exemplo, deriva do khaj, ou seja, areia ou deserto, e -iit, o sufixo para alguém que realiza alguma ação. Como não se pode fazer areia ou deserto, a combinação exata não faz muito sentido. No entanto, de acordo com a lógica Khajiit é evidente que a única coisa que se pode fazer plausível com areia num deserto é andar sobre ela ou através dela, respectivamente. Portanto, a palavra mais adequada para Khajiit significa “Caminhante do Deserto”.
– UM GATO ENTRE ÁGUIAS :
Agora que vimos bastante sobre a vida e os pensamentos dos seres Khajiit, e antes deste artigo chegar ao fim, vamos dar uma olhada de como será o papel do Khajiit na Aldmeri Dominion e como eles chegaram lá, em primeiro lugar.
Elsweyr nunca foi a mais estável das nações, considerando a mentalidade Khajiit. Por um longo tempo, os Khajiits viviam em clãs autônomos, sem serem perturbados por qualquer forma de autoridade superior, exceto para os seus deuses.
No início da primeira era, Elsweyr já estava dividida em 16 reinos.
Os Khajiits antigos não lutaram entre si pelo domínio total, mas eles tentaram se complementar da melhor maneira que podiam. O reino de Ne Quin-al, por exemplo, era famoso por seus guerreiros. Ne Quin-al daria ajuda para qualquer reino Khajiit na necessidade de lutadores fortes. Mesmo com a regra geral de Elsweyr compartilhada, onde a cada reino por sua vez, era atribuído o domínio sobre todos os outros, durante uma certa fase das luas.
Tudo isso mudou, no entanto, quando a praga Thrassian atingiu Tamriel no final da primeira era. Um grande número de Khajiits morreram e muitos reinos não poderiam mais cumprir seu papel antigo, forçando outros a compensar. No final, apenas dois reinos permaneceram: Ne Quin-al (agora comumente chamado Anequina), que se estende através dos desertos e planícies secas do norte, e Pa’alatiin (Pellitine) nas florestas exuberantes do sul.
A relação entre as duas novas nações foi muito menos que a harmônica amizade entre seus antecessores, antipatia e preconceito foram generalizadas. Em 2E309, Kiergo de Ne Quin-al e Eshita de Pa’alatiin tentaram unir as terras Khajiits no reino de Elsweyr – um nome tirado ou o provérbio Khajiit “uma sociedade perfeita é sempre encontrada em outros lugares”, ou o paraíso Khajiit de Llesw ‘er. Vale ressaltar que Elsweyr se lê da mesma forma que “Elsewhere” que em inglês significa “um outro lugar” ou “qualquer outro lugar”, o trocadilho foi intencional.
Esta unificação causou uma guerra civil entre a nobreza e os plebeus Khajiits. Durante os séculos seguintes. Os Manes tentavam acalmar seu povo e restaurar a paz em Elsweyr, mas nunca com sucesso duradouro.
Em seguida, os Khajiit foram atingidos por outra praga. O Flu Knahaten, que dizem ter se originado dentro de Black Marsh, e espalhados por Elsweyr. Já enfraquecidos de dois séculos e meio de guerra civil, este parecia ser o fim do povo Khajiit, que uma vez fora grande.
Não se sabe se os Altmers ajudaram os Khajiits por vontade própria ou se os Khajiits vieram implorando por ajuda, porém até onde se sabe, os Altmers poderiam ter salvo os Khajiits da extinção. Profundamente grato pela ajuda dos elfos prestados à sua nação atormentada, os Khajiits não hesitaram em se juntar ao esforço de guerra da Aldmeri Dominion.
Com os Altmers favorecendo combates arcanos e os Bosmers, devido ao seu habitat da floresta, sem tempero em batalhas de infantaria de grande porte, esse trabalho caiu bem nos Khajiits que são descritos de acordo com o site oficial como “o braço forte da Aldmeri Dominion”.
Tradicionalmente, Khajiits preferem armaduras leves e flexíveis e armas igualmente leves. Eles preferem emboscadas e jogadas táticas de confronto aberto.
E as sub-espécies de Khajiits não possuem força e resistência, mas rapidez e agilidade.
Eles também preferem fugir, em vez de sacrificar-se para o bem maior. Afinal, se eles fogem, eles podem voltar mais tarde e terminar o trabalho. Eles não vêem nenhuma finalidade em desperdiçar vidas para provar um ponto.
Os Khajiits não são a infantaria ideal, mas eles são os melhores que a Aldmeri Dominion possui. E seus inimigos fariam bem em não subestimar a ferocidade dos guerreiros Khajiits.
Ainda assim, a Dominion deve ser cuidadosa ao empunhar a arma mortal que é o Khajiit. Eles são tão estranhos para eles como eles são para nós, mas suas proezas de batalha e seu planejamento e astúcia, podem se tornar um grande trunfo para as forças da Aldmeri, se usado corretamente.
E, assim, chegamos ao final de nossa viagem através de Elsweyr .
Espero que vocês vejam agora que os Khajiits são mais do que bandidos cruéis como são comumente retratados.
Ao contrário, eles são um povo profundamente exótico e fascinante. Espero que vocês estejam prontos para receber os nossos amiguinhos peludos em seu coração.
Que o seu alimento seja doce e sua cama seja quente.
Fontes: Elder Scrolls Wiki / Vídeos e Artigos do Rayar
Mestre Frooke é o dono do site e líder do projeto ESOBR. Amante da saga The Elder Scrolls e grande conhecedor do Lore, possuindo uma longa jornada em MMOs como WoW, Tibia, Diablo, entre outros. Está sempre ativo criando Builds e Guias de tudo relacionado ao ESO! Especialista na maioria das classes, especialmente em Nightblade e fã de uma boa luta. Atua como programador e é ex músico profissional.
Caraca velho e eu já decapitei vários Altmers como Khajiit sem saber desse lado história agora fiquei divido entre o lado imperial e o lado nórdico :/
fooda né :/ o povo destila ódio pelos Altmer, mas se for olhar a fundo são os que mais abraçaram os Khajiits desde sempre, essa coisa de Imperial adora todo mundo é balela
Khajiit quebra a terceira parede? wow
Fiquei com dó dos Khajiit por serem considerados falsos e ladrões
Mano parabéns , to upando um elfo , deu quase vontade de mudar para o khajjit , kakakakak, continuem com o trabalho excelente…até
Nooooossa depois dessa lore me sinto na obrigação de fazer um Khajiit